HORIZONTES
Ho scelto “Horizontes” come titolo perchè non è che una linea  che separa il cielo dalla terra e dal mare appena negli occhi di chi guarda – limite ultimo verso cui si può spingere la vista, il senso umano che giunge più lontano…

Segnato con forza dalle vette dei monti o dai dorsi delle colline, o sfumato nella pianura o nel mare dalla rotondità della sfera terrestre nel suo cerchio più o meno spezzato suggerisce al senso dell’osservatore di esserne il centro, tracciandogli intorno un ambiente circolare, riecheggiando la sua centralità nella sua vita, il suo proprio punto di vista che si sposta e agisce nel mondo.

Forse per questo, nella frenesia delle città, si cammina ad occhi bassi sul marciapiede ma si cercano le terrazze, le torri, i belvedere fuori dai canyon delle strade, perché in città l’orizzonte non si vede quasi mai, se non a volte in un ritaglio fra le case, mentre è proprio l’orizzonte a calmare l’anima quando si sta in riva al mare o in cima a un monte, il cerchio-limite che ti ripete insieme che puoi essere il tuo baricentro e che puoi andare, lontano o vicino, dove vuoi.

E perciò, nella lingua, resta il simbolo dello spazio (i nuovi orizzonti, gli orizzonti vasti delle idee, delle aspirazioni) – uno spazio umano, definito, magari in movimento ma sempre in equilibrio.

Monica Pennazzi, 20 de novembro 2015


HORIZONTES
Escolhi horizonte(s) para título da exposição, porque não é mais que uma linha imaginária que separa o céu da terra e do mar e que – apenas nos olhos de quem vê – é o limite último para o qual se pode estender o olhar, o sentido humano que anseia chegar mais longe…
Fortemente marcado(s) por picos de montanhas ou ligeiramente alterado(s) na planície ou no mar, pela deformação da esfera terrestre, em seu limite mais ou menos quebrado, impulsiona o observador para ser o seu protagonista. Traçando um círculo em torno dele, faz ecoar a sua centralidade na vida do observador, proporcionando um ponto de vista intimo sobre como se move e age no mundo.
Encarando o mar ou no topo de uma montanha, o limite do círculo que o observador define remete-o para seu centro de gravidade e permite que se desloque para onde quiser dentro deste território, perto ou longe.
Horizonte(s), portanto, em nossa linguagem continua a ser símbolo de espaço (novos, vastos horizontes de ideias e aspirações) – um espaço humano, definido mas dinâmico, e sempre em equilíbrio.
Monica Pennazzi, 20 de novembro 2015


Horizontes

Pensar, experimentar… Compreender. Um frémito, uma necessidade inerente à nossa condição. A necessidade de experimentar, para compreender, é fator instrumental na obra de Monica. A necessidade de compreender a natureza humana, a estrutura e comportamento da matéria, a natureza do tempo e do espaço, da física, a natureza… da Natureza.

Monica mantém uma investigação artística consistente que assume um diálogo subtil com as suas referências e inspirações. Artista inquieta, em seu existencialismo e curiosidade, e comprometida com a sua produção, busca constantemente ampliar o seu campo de trabalho e expandir a ação das suas obras. As questões, quase que contemplativas, propostas pela matemática, física quântica e outras áreas de perfil científico são, para ela, tão ou mais importantes (em sua transversalidade e pertinência) que as questões estéticas, conceptuais e filosóficas. O paradigma deste pressuposto conceptual é revisto nas peças em chapa de aço inoxidável. Nelas, confrontamos o material clamando pela memória estática de sua forma original… Vontade apenas contraposta pela dinâmica de uma ‘fórmula’.

De forma criteriosa especula sobre os próprios limites da matéria, e sua presença no tempo, assegurando que a experiência da transformação e impermanência dêem lugar à percepção, ao reconhecimento emotivo e ao pensar. A presença de cada elemento em suas obras aporta significados impregnados pelo valor físico dos materiais, sua presença cromática e simbolismo, escala e força dos tão presentes e ‘torturados‘ eixos cartesianos. A ‘estranheza’ que nos cativa e provoca advém destas entidades opostas, cujo sentido tectónico desviado nos remete a uma complementaridade quase simbiótica.

A abnegação com que se entrega a este processo de análise da sua estética e relação com conceitos não conhece limite. No entanto, experimentação não é o que mais interessa à artista, ela acredita na percepção (a capacidade de ver, ouvir, ou tornar-se consciente de algo através dos sentidos), que é algo mais arriscado e progressivo. ’Apesar’ da obra, há algo que nos incita a progredir, crescer, nos tornarmos conscientes e compreender o nosso contexto. Esta percepção garante uma acção sobre o presente, mas com um anseio pelo futuro… Esta percepção, é o reconhecimento de uma nova linha de horizonte.

Nuno Ribeiro, 01 de dezembro 2015

Horizontes Monica Pennazzi

Curadoria: Nuno Ribeiro

Apoio à produção: ManyWhere / Arteprovisoria

Agradecimentos: Alessandro D’Ercole, Camilla Boemio, Daniel Arjuna de Freitas, Lucho Oxman

Galeria VG